22 de abril de 2010

Alice no país da realidade



Contos de fadas me encantam, não é apenas uma história, é bem mais... Chega ser um universo. E um universo de criança, o que é melhor. Existe a inocência sublime, uma coisa que não encontro nos livros policiais. É bem leve e bonito. Se eu pudesse voltar no tempo passaria toda minha infância lendo essas coisas, não que eu tenha sido um exemplo de criança peralta nem nada, mas comecei a gostar de ler lá pelos onze anos... E hoje quando eu ando pelas ruas e vejo crianças de nove e dez anos falando palavrão, cantando aqueles exemplos de músicas horríveis, fico triste.
Minha mãe costuma dizer que eu tenho uns oitenta anos pelo jeito que eu falo, pelas músicas que eu ouço, os livros que eu leio e meu ideais. Eu não vejo nenhuma graça de ficar vivendo nesse universo digital, não tenho nem do que lembrar... Quando eu tiver a idade que aparento, vou dizer para meu filho “Quando eu era adolescente as meninas de doze anos não eram mais virgens, saiam para pegar geral. Livros eram apenas digitais, bibliotecas eram extintas. Professores eram desrespeitados, eu não podia sair de casa com celular, câmera nem nada por que poderia ser assaltada na esquina...”

Por isso eu penso, e mudo, quando eu tiver a idade que aparento, direi ao meu filho “Quando eu era adolescente vivia em um universo diferente de todos, meus armários viviam cheios de livros, meu ipod chamava vitrola, saia pelas ruas cantando Cartola e Beatles. Na minha parede havia um belo poster de um ídolo da minha mente, escrevia contos e poesia... E assim, meu querido, fui feliz”

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