Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo.
28 de maio de 2010
Alívio Imediato
O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libído e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom.
Que a chuva caia
Como uma luva
Um dilúvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato.
Que à noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alívio imediato.
Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silêncio e parte o coração.
Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam.
Que a chuva caia
Como uma luva
Um dilúvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato.
Que à noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alívio imediato...
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