Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo.
30 de dezembro de 2009
Para uma ilusão
Nunca serei do seu jeito
Muito menos de seu agrado
Não mentirei pra mim mesma
Para viver em seu solo sagrado.
À distância me tormenta
Mais do que já cheguei a revelar
Não a mais terapeutas nem remédios
Que me façam aqui ficar.
Meu corpo continuará parado
Mas minha mente pra longe voa
Voa pra longe de ti
Que sem mim, vives a toa.
Chorarei meu pranto pra vida
Pois a morte não mais me aceita
Já fugi para viver junto dela
Mas sem coragem a deixei sozinha.
Enquanto viver por aqui
Escreverei um livro com
[milhares de sonetos
Pra dizer que não sou culpada
Antes assim do que marginal,
Viciada e revoltada.
Vivo por mim...
Uma menor abandonada.
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