Passei mal à noite como nunca havia passado antes. Acho que por conta daquele sonho onde a garota de Freud ia embora a dor foi bem maior do que o simples enjoo. Doeu tanto, mas tanto, de um jeito que arrancou todos os meus sentidos. Acordei com tontura, por instantes não tive mais medo de nada que não fosse aquilo. A mulher dos alicates cuidou de mim enquanto eu chorava, e me retorcia de dor. Parecia que toda aquela conversa que havia acontecido horas antes tinha tido o meu resultado esperado. Isso me deixou extremamente feliz. Lembrei que tentei usar todos os artíficios disponíveis para comunicar a garota de Freud daquele resultado, daquela vitória, da nossa vitória. Agora estou juntando todas as peças para poder lembrar dela com aquela intensidade que ela me trás. Ainda tenho medo, mas agora o medo parece bem mais longe do que antes... As coisas parecem mais certas, a certeza vai aumentando, todas as coisas vão aumentando daquele jeito que eu vou perdendo o controle. Nessa circunstância que a nós vivemos agora, a coisa mais sensacional do mundo é isso, amar. Sem ter o controle.
Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo.
12 de julho de 2010
Diário de bordo do dia 11 (Pra 12)
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