13 de novembro de 2010

Frango de padaria fede


- Gostei da pontualidade. – Ela disse.

Café ou chá de camomila? Queria mesmo alguma coisa ardente – Água Ardente – mas a grana está curta, meu amor, digo pra mim mesma. Hoje você toma chazinho e amanhã você pode vê-la, fazer qualquer coisa legal, como cinema, livraria, é pequena demais parar ir a algum Rock Bar, como o Morrison. Às vezes a gente precisa de emoções, coisas diferentes, vê se me entende, vida de poeta não é conformista. Quando precisa da terapia, ela não pode. Puta que pariu. Se usasse drogas ainda teria a cocaína, se fumasse ainda teria o cigarro, sorte que ama e ainda tem amor. Amor constrói, a ausência derruba. Derruba o muro, castelo, sei lá o que por mais poético que possa parecer tudo incluso num texto sem sentido. Mas você tem ainda a certeza absolutamente clara que ninguém vai derrubar teu castelo bonito dessa vez, isso traz uma paz do caralho. Já quis escrever sem vírgula, parágrafo, letra MAIÚSCULA-MINÚSCULA, mas não pode, o perfeccionismo não deixa.

Esperando o telefone tocar, qualquer coisa como oi tudo bem, tudo e você, mas de alguém especial, aquele alguém do deserto. Carência afetiva machuca, cara, mata de verdade. Fica faltando um pedaço que o drama não consegue substituir. Quando não se sabe lidar com as faltas tudo fica três vezes pior. Voltando pra Casa, quase chorando, tinha aquelas porras daqueles frangos nojentos que enfiam a lingüiça no cu pra ficar recheado, ele fedia a carne morta, graças ao capeta sou vegetariana.

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