23 de fevereiro de 2010




Olho para o horizonte
Vejo um barco a vela
Assim, de longe
A bordo um homem magro
Retratado pela angústia
Braços largos
Tatuados e peludos
Ouro pelo corpo
Parada, na pedra do porto
Mulher carente
A espera do barco que irá voltar
Criança nas mãos
Pernas abertas
A troca de tostões
Mentalidade fútil
Ele chega
A espanca com as mãos
Que acariciaram seu rosto
Agora são armas tolas
Ela recita textos de cabaré
Dedos a enforcam
Braços a estrangulam
Sem perder forças ela reluta
Vaca, vádia, vagabunda
Puta. Morra. Moribunda
A toa levanta do chão
O ferre com sua faca afiada
Uma faca em seu coração
Agonizando de dor ele diz
Ah, vadia infeliz
De seu navio a dama toma posse
Com seu pequeno pirata virado a morte
Seguindo para o fim de mundo distinto
Acende um cigarro com seu fósforo perdido
A criança, nunca mais a vi
Mas quando vejo o horizonte
Lembro do barco
Que com ele
Sempre sonhei em partir. (CarolM.A)
Bom, esse post eu dedico a alguém, uma garota que às vezes me faz uma tremenda falta. Poesia não pode ser explicada por quem a recita. Pois sendo um mar de sonhos necessita ser estudado por cada pensar. Cada vez ouvida ela cria uma forma diferente, e as palavras vão se modificando de uma forma única e sensacional. Esse texto aí em cima é bem complicado de ser compreendido, bom, o escrevi hoje e fiquei surpresa com a interpretação que tive no final ao reler e pensar bem. Tem vezes que escrevo certas coisas por puro impulso e depois que releio tenho uma visão diferente da que tive no começo... Ah, é bem estranho mesmo – Eu mesma não entendo – Mas que fique claro e sublinhado minha paixão por piratas, barcos, veleiros, navios.
Igual a que você possuiu.
Hoje me lembrei do dia em que me disse que tudo era uma ilusão do tempo. E que logo sumiria. Você e seu valeiro. A procura de um mar distante.

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