23 de março de 2010

Velha Infância


“Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar... e se entregou ao vento
O sol veio avisar... que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar... Ana, o céu e o mar”


Sentada na areia, a noite caiu e ela ficou a observar o mar.
 A água vinha e molhava a ponta de deus pés, ela sorria, escrevia pequenos versos na areia.
Não que realmente alguém leria. A poesia dela era algo muito mais complexo que isso... Na poesia ela via os traços raros da sua lucidez, a cada verso era como se um pedaço de sua alma estivesse sendo escrito, as lembranças recordadas, os cheiros retomados...
Ela era apenas uma criança, uma criança encantada com o mundo, com o barulho das ondas... Com o movimento do mar. Quando se levantou sentiu seus pés tocando as conchas, recolheu algumas e guardou no bolsinho de seu vestido branco florido.
Não estava pensando em nada, só em correr pela areia, tocar o mar...
O mundo dos adultos era tão estranho pra ela... Não existem mais diversões, as pessoas lutando para poder sobreviver, as brigas, as mortes. Se ela pudesse escolher, queria nunca crescer, ser criança para sempre, brincar ao invés de brigar, sorrir ao invés de chorar, ser feliz ao invés de ser apenas mais uma pessoa frustrada no mundo...
E assim terminou aquela noite, ela ali, observando o mar e pensando como tudo aquilo era magnífico.  Quando amanheceu ela ficou para ver o por do sol, que fora outra experiência fascinante...

Mas nessa, ela descobriu que crescer pode ser completamente lindo, se ela apenas fizer a diferença.

2 comentários:

Karin disse...

muito bom^^

Pablo disse...

Basta fazer a diferencia ser o melhor ser si proprio