30 de março de 2010

Um estranho dentro de mim

"De uma maneira diferente,
De um modo natural,
Achei o seu, o nosso, amor,
Que me faz especial.

Numa batida de carro,
Onde você se machucou,
Encontrei o que procurava,
E meu sonho se concretizou.

Não sabia da minha afinidade,
De te achar um cara tão legal,
De querer estar sempre com você,
Sempre me fez passar mal.

Nunca tinha pensado que um dia,
Meu gosto, de repente, mudaria,
Nossa amizade de tão bela que ia,
Depois por você me apaixonaria.

Concretizei meu desejo,
Numa bela viagem à França,
Paisagens e comidas belas,
Não saem da lembrança.

Mas não iria ser tão bom,
Se você não estivesse comigo,
Paris não seria a mesma,
E eu me sentiria um mendigo.

Passeamos por muitos lugares,
Foi ao todo muita emoção,
Todos os momentos guardados,
Junto com você, no fundo do meu coração.

Nunca me esquecerei,
Dos momentos que vivi,
Na minha viagem à França,
Ao lado do meu Petit."

Daniel Marzin




Autor: Lu Mounier

O livro conta a história de Bader, um jovem publicitário sonhador, apesar de ser homossexual, nunca deu motivos para que sua família se envergonhasse. Bem sucedido em tudo que faz, sua vida parece perfeita, até ser abandonado pela pessoa que mais amava. Desacreditado no amor, ele continua sua vida na companhia de sua cachorra, até que um acidente de carro muda o seu destino. Desse acidente nasce uma amizade que dura pouco tempo, até os dois se descobrirem apaixonados.
Uma história de amor incondicional começa a ser protagonizada por eles, até que no auge dessa paixão, Bader descobre que está doente.
A partir de então, começam os conflitos. Uma mistura de amor, suspense, medo e tragédia que promete envolver o leitor até o final.


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29 de março de 2010

Poema Antigo




Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva
se houver vento,
ou se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta
e gasta
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock
até cair.

[Caio Fernando Abreu]

28 de março de 2010

O amor é fodido


Quanto mais vou sabendo de ti, mais gostaria que ainda
estivesses viva. Só dois ou três minutos: o suficiente para te matar.
Merecias uma morte mais violenta. Se eu soubesse, não te tinha
deixado suicidar com aquelas mariquices todas. Aposto que não
sentiste quase nada. Não está certo. Eu não morri e sofri mais do
que tu. Devias ter sofrido. Porque eras má. Eu pensava que não.
Enganaste-me. Alguma vez pensaste no que isso representou na
minha vida miserável? Agora apetece-me assassinar-te de verdade.
E indecente que já estejas morta.
Quando tomaste os comprimidos sabias que estavas a safar-te.
De boa. Confessa. Foi um bom negócio. As pessoas que levaram
uma vida como a tua costumam morrer em circunstâncias que
deixam muito a desejar. Afogadas em aquários. Estendidas de
pernas abertas numa paragem de autocarro, esfaqueadas, sem
cerimónias, e estranguladas por uma histérica numa casa de banho.
Eu tinha-te dado um tiro. Um tiro limpo nessa cabecinha — o
suficiente para te assustar, mas rápido. A doer um bocadinho.
Morreste há quatro anos. Já deves ter apodrecido. Não gosto
de pensar assim em ti. Tenho pena. Eras tão vaidosa. Deves estar
linda... Um dia embebedo-me e vou desenterrar-te, só para olhar
para a tua cara, ver se é verdade que os cabelos crescem, cheirarte
de perto, tu que cheiravas sempre tão bem, mesmo quando se
passavam dias sem tomares banho. Se calhar, até nisso me vais
desiludir e sais-me uma daquelas criaturas incorruptas, de cadáver
inalterado, com aquela frescura recém-falecida, de quem acaba
desportivamente de tomar cento e vinte barbitúricos, incorrupta e
coberta de chuva de cemitério.

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Minha Flor, Meu Bebê

Dizem que tô louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair

Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

(Cazuza)

27 de março de 2010



Andando perdida encontrando teu olhar no
   [lugar das estrelas
Sorrindo sentindo meu peito sonhar e viver
Tenho apenas a lembrança da herança de te ter
Na noite eu ando sozinha por essas ruas pálidas
O sol se abre sobre meus olhos
Desgastam minha alma infernal
Na chuva a vida se mostra
Infeliz e real.

Pelos montes castelos do mar
Posso ver o choro das folhas e flores
Que ditam as regras do vento.

Que dizem quando choram
Quando agradecem, quando cansam
Retrucam minha intimidade
Forçando que sou uma simples criança.

Mas transtornada como bêbada sem pranto para
                                                                                 [chorar
Assassinado como borboleta que vai aos céus voar
Digo com minhas palavras sinceras que é contigo
E as luzes que pela noite se adormecem
Que eu quero até meu fim estar.

Ainda é cedo



Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo.
Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse: - Eu não sei mais o que eu
sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê.
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo.

 
Uma pessoa só morre por completo, quando todas suas lembranças são apagadas.
Pra mim, eu juro. Você nunca morrerá (L)

Renato Russo, parabéns por seus 50 anos.

26 de março de 2010



E uma dúvida cercava seus próprios desejos,
Um embaraço rompia sua quase decisão
E dois braços lhe apertavam por inteiro
E logo eram quatro, entrelaçados, se amando no chão
Era mais complicado do que deveria
Mas o medo, o medo a consumia
E então com dúvida foi embora
A vontade de voltar a pressionava pela madrugada
O peso do amor que não era sensato
Somente a cópia do terror
De estar apaixonado
E lentamente fechou os olhos saudosos
No encanto noturno, sua lembrança adormeceu
Em um pensamento lento e profundo
O amor desapareceu.

25 de março de 2010

O que eu guardo comigo
Me trás de volta o momento
Retorno com tua lembrança
Nos meus mais intensos pensamentos
Um mar eufórico jorrou de repente
E transbordou sobre meu peito
Peito solitário
Fez do meu leito, um lago dormente
De meus sonhos, tua voz ardente
Como a manhã que nos acorda
A noite que nos adormece
Assim tão pouco longe
Meu ego de entristece
Grito-te em silêncio
Não sei se deves escutar
Deves saber somente
Que agora estou a lhe amar.

O banheiro do boteco


O banheiro do boteco
Cheira a álcool
Fede a vida
Fede a morte

O banheiro do boteco
Me trás poesia
Lembra-me boêmia
Manda-me a sorte

O banheiro do boteco
O núcleo do incerto
O passado do esperto
A vida do covarde

O banheiro do boteco
É limpo com a minha saudade
Morto por minha lealdade
E eterno pela nossa maldade.

23 de março de 2010

Velha Infância


“Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar... e se entregou ao vento
O sol veio avisar... que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar... Ana, o céu e o mar”


Sentada na areia, a noite caiu e ela ficou a observar o mar.
 A água vinha e molhava a ponta de deus pés, ela sorria, escrevia pequenos versos na areia.
Não que realmente alguém leria. A poesia dela era algo muito mais complexo que isso... Na poesia ela via os traços raros da sua lucidez, a cada verso era como se um pedaço de sua alma estivesse sendo escrito, as lembranças recordadas, os cheiros retomados...
Ela era apenas uma criança, uma criança encantada com o mundo, com o barulho das ondas... Com o movimento do mar. Quando se levantou sentiu seus pés tocando as conchas, recolheu algumas e guardou no bolsinho de seu vestido branco florido.
Não estava pensando em nada, só em correr pela areia, tocar o mar...
O mundo dos adultos era tão estranho pra ela... Não existem mais diversões, as pessoas lutando para poder sobreviver, as brigas, as mortes. Se ela pudesse escolher, queria nunca crescer, ser criança para sempre, brincar ao invés de brigar, sorrir ao invés de chorar, ser feliz ao invés de ser apenas mais uma pessoa frustrada no mundo...
E assim terminou aquela noite, ela ali, observando o mar e pensando como tudo aquilo era magnífico.  Quando amanheceu ela ficou para ver o por do sol, que fora outra experiência fascinante...

Mas nessa, ela descobriu que crescer pode ser completamente lindo, se ela apenas fizer a diferença.

Outono


Outono dos crespúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
Veste a terra inteira de explendor!

22 de março de 2010

Where Did You Sleep Last Night

Minha menina, minha menina, não minta para mim
Diga-me onde você dormiu a noite passada
Nos pinhos, nos pinhos
Onde o sol nem sempre brilha
Eu tremeria inteiro a noite toda

Minha menina, minha menina, onde você irá
Eu estou indo aonde o vento frio sopra
Nos pinhos, nos pinhos
Onde o sol nem sempre brilha
Eu Arrepiaria por completo a noite inteira

O marido dela, era um homem que trabalhava duro
A quase uma milha daqui
Sua cabeça foi achada na estrada
Mas seu corpo nunca foi encontrado.

17 de março de 2010


Crianças, casa, sobrinho, lh, chuva...
Comum, ramones, observações, casa, mãe, passado, remédios, cafeína, ônibus, telefone, garota de Freud, idéia, garota de Freud, Lênin, Marx, camarada, rapaz vermelho de barba, moça branca, rapaz vermelho de barba, moça branca, encontro, assovio, engraxate, álcool, primeiros, estranhamentos, escadas, metro, Tucuruvi, paciência, conversas, conversas, garota de Freud, aceita, tempo, tempo, amor, amor, paixão, atos, álcool, rapaz vermelho de barba, perdição, nervoso, orgulho, dúvida, amor, recomeço, Lênin, desgaste, Peter pan, Peter pan, ciúmes, ego, ego, ego, problemas, medo, rapaz vermelho de barba, mulher dos alicates, condições, mulher dos alicates, Peter pan, especial, insônia, pessimismo, não, não, não, não, acompanhe, ritmo, insônia, pensamentos, igual a mim, pensamentos, impossível, não, não, não, Peter pan, desespero, solidão, acabou, acabou, impossível, futuro, perdido, perdido, acabou, acabou, impossível.
Recomeço, mulher dos alicates, alegria, pra sempre, pra sempre, noite boa, garota de Freud, sumiço, estranhamento, final, choros, poesias, músicas, álcool, final, final, final, impossível, garota de Freud, moça do coração, moça do coração, amá-la, garota de Freud, garota de Freud, moça do coração, moça do coração, amor, camarada.

13 de março de 2010

Eu te amo

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir?
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Ah!...

Chico Buarque.

12 de março de 2010


A noite vira, passa, repassa
Manhã chega, chora, desgasta
A rua morre
Perdidos nas praças
O homem corre
Ao som da desgraça
Criança grita
Ninguém mais escapa
Deus pune
Estripa, estilhaça
Jovem se mata
Adolescência frustrada
É só mais um
No meio da massa.

Amor Mulher.



 Nobres mulheres
Com seus pólos e seus sorrisos
Com seus gritos e seus gemidos
Na infinidade da alegria
Que transforma a dor na poesia.

A mulher que elege e que é eleita
A mulher escritora, a mulher pintora
A mulher que canta e encanta.

Alma inteligente e fugaz
Passa seu dia a dia
Mostrando que a melancolia
Nos trás apenas tristeza
E que ser mulher, mulher feita
Não existe maior proeza.

Pergunte a mulher
Como consegue ser pura ternura
Em tão breve criatura
Mistura-se o ódio e o amor
Vive-se a beleza com louvor.

Cuidar dos filhos e da casa
É sensato prazer da vida
Quando cresce o pequeno
Diz: “minha mãe, mãe querida”.